segunda-feira, maio 31, 2004

Anjos

São anjos, senhor!
E pronto! As segundas-feiras à noite voltaram a fazer sentido.
A 2: oferece-nos hoje, e durante algumas semanitas, um Al Pacino, uma Emma Thompson, uma Meryl Streep, uma Mary-Louise Parker e outros rapazes jeitosos, todos a dançar ao ritmo da batuta do não menos sagrado Mike Nichols. Abençoada HBO!

sexta-feira, maio 28, 2004

Esta manhã recebi uma mensagem que dizia assim:

sou um amigo seu esse é um aviso

Você esta sendo traído, não tive coragem de te falar mas como imagens falam mais que palavras faça o download das fotos e veja com os seus próprios olhos
VEJA AS FOTOS

Foi a única maneira que encontrei para te avisar

É claro que não fiz download das fotografias. Tive medo. Estou a ser traída. E há coisas que é melhor não saber...

quinta-feira, maio 27, 2004

TAPifarias

No anúncio lê-se: voos directos para Budapeste.
No anúncio lê-se: Budapeste 249 Euros.
No anúncio lê-se: três voos semanais.

Na realidade: não é bem directo... há que fazer primeiro uma pequena paragem em Praga.
Na realidade: Budapeste 391,52 + 12,00 Euros
Na realidade: acho que é única parte real...

Isto, salvo erro, é publicidade enganosa.

E gostei da inovação dos 12,00 Euros. Se optarmos por não pagar com cartão de crédito (ou telefónicamente), o que está mesmo a ver-se que o que não falta numa associação sem fins lucrativos são cartões de crédito ilimitado..., e tivermos que o pagar num balcão, é-nos cobrada uma taxa do mesmo. Uma taxa de balcão! Como se já não bastassem as taxas de aeroporto.

É tão criativa a nossa transportadora aérea nacional.

quarta-feira, maio 26, 2004

Isso é que era bom!

Acho que a minha televisão está virulenta.
No fim-de-semana era sempre o mesmo: o casamento da Doña Letizia com SAR Filipe de Bourbon.

Ontem era a partida do fcp; a chegada do fcp; o estádio com um nome impronunciável onde o fcp vai jogar; a partida dos adeptos do fcp; a chegada dos adeptos do fcp; os adeptos do fcp; os ilustres funcionários públicos que vão meter um artigo (nunca soube o que isto era) para verem o fcp; até a senhora que tem a casa completamente decorada de azul e branco (longe de ser kitch) adepta do fcp.

E o vírus continuava instaladíssimo esta manhã. E está a baralhar todos os circuitos da minha pobre televisão. Então, assim que ouvi o Sr. Narciso dizer 'porque hoje somos todos do fcp', desliguei-a com medo que o vírus alastrasse ao leitor de dvd, ao frigorífico e ao secador de cabelo.
Tive muito medo.


P.S.: ao Sr. Narciso respondo: isso é que era bom! E para quem não sabe a entoação correcta a dar ao 'isso é que era bom!', eu explico. É uma interjeição tipicamente madeirense que diz-se prolongando o isso, o resto diz-se quase a cantar. Quanto ao significado, será mais ou menos um 'mas tu passas-te, não?' ou, 'não querias mais nada!?'

segunda-feira, maio 24, 2004

Banda sonora

Hoje foi um dia produtivo. Aproveitei a minha colega estar de férias e ontem decidi seleccionar alguns cds e trazê-lo comigo.
Desde Cocteau Twins, passando pela Homogenic Bjork, salpicado com bocadinhos de Tchaikovsky e ainda a belíssima banda sonora do Hable con ella! Foi um bom dia! E já sei quais é que vêm amanhã...
Acabo o dia com o embrião do anjinho (o quanto gosto eu desta capa!).
Correu-me bem o dia. Agora vou-me embora.

1.000 mulheres = 1 homem

A propósito da candidatura de um grupo de 1.000 fêmeas ao cobiçado Nobel da Paz, versão 2005 e das diferenças e igualdades e preconceitos...

"(...)Apropriado: este discurso pseudofeminista desemboca afinal nos mesmos preconceitos genéricos que enformam o discurso protomachista de todas as grandes religiões - para as quais a mulher tem que se redimir do pecado original através de boas obras, das dores da Maternidade e do pudor. Nas homenagens às mulheres, mesmo nas feitas por mulheres que estão convencidas do seu feminismo, há sempre um parágrafo para sublinhar que fulana ou sicrana se destacou sem deixar de ser boa mãe e de cozinhar alegremente para a família, e de servir de 'exemplo' de bom comportamento. Enquanto a maioria das nossas feministas se mantiver tão parecida com o João César das Neves, é de facto muito difícil que a importância cívica, política e social das mulheres cresça.(...)"

Inês Pedrosa - naquela revista que vem com um jornal grande, com muito papel, sendo que maioria não interessa e vai directamente para o contentor de reciclagem, de sábado passado.

sábado, maio 22, 2004

Hoje fiquei indecisa.... casamento real ou o congresso....?
Decidi-me pelo casamento. Os sapatos eram mais giros.

sexta-feira, maio 21, 2004

Onde isto já vai...

... o outro ontem comparava o estádio, cujo custo está a provocar a morte lenta da autarquia, ao Guggenheim...

quarta-feira, maio 19, 2004

Indignações

Não sou Tuga! Nem sei o que isso é! Não me chamem Tuga! Nem se atrevam!

E não pertenço a qualquer tribo que venera uma coisa redonda ou a um bando de gente a correr atrás dela e ainda a outro bando de gente a fazer barulho. Não pertenço a nenhuma dessas tribos. Viram a dupla negação? É porque não pertenço mesmo.

Indignam-se porque não há bilhetes para ir à Alemanha ver não sei o quê. Indignam-se! Ficam fulos! Senhores.... não haverá coisas que realmente valham a pena indignar-se e fular-se?! Como... sei lá..... o aumento do custo de vida desde que adoptamos o euro... a mim indigna-me mais. Mas isso sou eu.

Mas porquê? Porquê é ainda o futebol que nos move? Que gera paixões? Quantos apitos dourados haverá ainda por descobrir? Quantas negociatas sujas existirão na realidade? E que salários são aqueles que os jogadores recebem? E porquê? Já não nos bastava o santuário onde-os-três-que-fugiram-apavorados-porque-a-fome-colocou-lhes-uma-senhora-empinada-numa-árvore e ainda tivemos que construir mais 10?
E os anúncios! Tudo, mas tudo é bola. E tudo, mas tudo, oferece bilhetes para a bola.
Porquê????
E porque é que isto ainda me aborrece...?

P.S.: faço permuta durante o período de histeria geral que se aproxima: a minha casa em Lisboa por qualquer sítio onde não se cheire futebol. De preferência numa praia no hemisfério sul.

segunda-feira, maio 17, 2004

Uma atrás da outra

Decisões.
Tenho a certeza que as decisões tomadas nos últimos dias não foram as melhores.
E hoje ouvi a tua música. No rádio. Não sei quem é o autor, mas é gira. E lembrei-me de ti.
De tantas desculpas que te pedi, agora apetece-me pedir desculpa a mim própria. Por todas as más decisões e incoerências e confusões.
Céus, que confusão! Tenho a cabeça virada do avesso. Preciso de férias. De sair. Desaparecer. Preciso de mar e calma. E de não pensar.

E sinto novamente as borboletas no estômago...

domingo, maio 16, 2004

Famílias

Aposto que a maioria de vocês não soube que ontem se comemorou o Dia da Família. Também não há nada que saber. Foi só mais um dia. Há o dos tomates, da aspirina, da mãe, da árvore. Há-os para todos os gostos.
Mas a propósito desta celebração fomos convidados a participar numa feira da Solidariedade promovida por uma conhecida e nuestra hermana agência de viagens. Portanto, algumas famílias aproveitaram e passearam pela Praça Sony.
O que me surpreendeu foi constantar a quantidade enorme de famílias monoparentais que por lá passeavam. Já uma outra vez tive oportunidade de o verificar quando levei a minha sobrinha ao cinema, em Agosto, e a sala estava cheia de crianças acompanhadas apenas pelo pai ou pela mãe. Pronto, está bem, podiam ser todos tias e tios como eu... mas acho que não.
O que me surpreende ainda mais é que a quantidade de pais e mães que, a solo, acompanhavam os rebentos teriam a minha idade, senão menos. Mas o que é que se passa?


sexta-feira, maio 14, 2004

Politicamente correcto ou incorrecto...?

Can it, Warhol!

Not traditionally remembered as a gay artist, you - together with the Factory, your band of fellow artists - created such memorable works as the repeated Campbell's soup paintings and Eat: a forty-minute film of a man eating a mushroom. You also were responsible for the Velvet Underground, the band that launched Lou Reed on the world.

Your body of homoerotic art has also suggested, to many art historians at least, that your sexual preferences lean towards the man-meat variety. The way you dress, do your hair, act and speak also affected a generation of gay citizens, and influenced the mass culture forever. Blah.



Not gay at all then.
Which Famous Homosexual are you?
Brought to you by Rum and Monkey

quinta-feira, maio 13, 2004

Pra ti

Ice
Your only rivers run cold
These city lights
They shine as silver and gold
Dug from the night
Your eyes as black as coal

Walk on by
Walk on through
Walk 'til you run
And don't look back
For here I am

Carnival
The wheels fly and the colors spin
Through alcohol
Red wine that punctures the skin
Face to face
In a dry and waterless place

Walk on by
Walk on through
So sad to besiege your love so head on
Stay this time
Stay tonight in a lie
I'm only asking but I...
I think you know
Come on take me away
Come on take me away
Come on take me home
Home again

And if the mountain should crumble
Or disappear into the sea
Not a tear, no not I

Stay in this time
Stay tonight in...
Ever after, this love in time
And if you save your love
Save it all

Don't push me too far
Don't push me too far
Tonight
Tonight
Tonight...


... com música é mais gira é, mas mesmo assim...

Assim está mais giro!
Agora peço aos amiguinhos que me ajudem no seguinte: como faço para colocar links? No template anterior dizia mesmo qualquer coisa sobre o local e como colocar os link. Neste não. Como faço?

Mudanças

Porque mudar é bom. Eu sei.... tá muito cor de rosa... mas as outras alternativas não me pareceram bem...
E perdi os links e os comentários. Isso é que é mau.
Espero que gostem.

quarta-feira, maio 12, 2004

Lideranças



Cruzes credo!
Mas a senhora não era Albanesa....?

terça-feira, maio 11, 2004

Só por isto, preferia ser espanhola ou francesa. Até húngara.

Mas quem foi o desgraçado que inventou a calçada portuguesa??? E porque é que insistem em pavimentar todos os passeios com aquelas pedrinhas brancas com intervalos enormes entre si???
Que as façam com desenhos e em sítios onde é importante, como em frente ao Padrão dos Descobrimentos e Praça do Rossio, até compreendo. Mas em todas as ruas???

Sabem quantas vezes já fiquei com os sapatos presos na calçada? E quantas vezes dei um passo em falso e deixei ficar o sapatinho, qual Cinderela, atrás???
Repito: a calçada portuguesa não combina com sapatos de salto agulha. E os sapatos com salto agulha são uma das melhores e mais geniais invenções dos anos 50. Viva o revivalismo.

Por isso deixo aqui um aviso aos senhores da Cãmara: se apanho os vossos operários de joelhos a colocar pacientemente pedrinha por pedrinha branca nos passeios, juro que os vou agredir com o meu salto agulha. Com os dois! Na cabeça!
Be afraid, be very afraid.

segunda-feira, maio 10, 2004

O futuro

...porque esta resposta merece um post e não ficar confinada a uma caixa de comentários.
- Não havia necessidade de matar o cozinheiro. E sabendo exactamente que o pobre diabo teria morrido logo a seguir a ter confeccionado aquela comida especialmente deliciosa, causaria a minha morte, decerto, por remorsos.
- A minha vida não é perfeita. Haverá vidas perfeitas? Não tenho tal ilusão…
- Sim, as relações são efémeras. Umas mais que outras…
- Não sei qual a esperança de vida dos gatos… tão longa quanto a minha, espero.
- O apartamento é sempre uma mais-valia, assegurou-me ontem a minha irmã bancária.
- E ninguém consegue prever o futuro! Não sei o que vai acontecer amanhã quanto mais daqui a 10 anos.

As oportunidades também podem estar ao virar da esquina, onde ainda se fala uma língua que entendo e que gosto e não necessariamente num sítio onde até os cereais do pequeno-almoço têm paprika...

Mas sei o que quer dizer e agradeço que o tenha escrito. O dia de hoje foi passado numa outra dimensão: enquanto andei de metro imaginei as paragens com nomes estranhos e impronunciáveis; de autocarro, imaginei-me dentro de máquinas construídas na primeira década do século XX; ao olhar as mulheres na rua imaginava-as de cabelo descolorido a um palmo da raiz; e tanta outra coisa.
Budapeste não é o bicho papão feio que tanto pinto. É uma cidade encantadora, com um Danúbio castanho e outros tantos atractivos, enfim...

Não me ajudou a tomar uma decisão, até porque acho que essa já está tomada mas por outros motivos que não falei aqui. Afinal isto é um diário sem cadeado…

domingo, maio 09, 2004

Timmings

Está a ser um fim-de-semana agitado. Tive cá a representante Europeia da organização para a qual trabalho e, como era de esperar, as coisas nem sempre correram bem.
A surpresa veio ontem, ofereceram-me um lugar na sede do departamento europeu da organização, em Budapeste. No área da comunicação.
Mas não posso aceitar. Acho que não posso, pelo menos...
Porque não falo húngaro, nem quero aprender. Basta-me saber que igen significa sim. Mas o magyar é um idioma feio e rude e não pretendo aprendê-lo.
Porque comprei um apartamento lindo em Lisboa no ano passado e não pretendo vendê-lo.
Porque tenho 4 gatos e de forma alguma os faço viajar 4 horas de avião.
Porque tenho namorado e quero continuar a tê-lo.
Porque a única coisa que gosto em Budapeste são os banhos.
E por tantas outras razões.

A única razão que me faria aceitar o lugar é o trabalho em si. Coordenar as comunicações europeias. hummmm é desafiador... e excitante... e trabalhar com uma equipa formado por ingleses, americanos, húngaros, macedónios, arménios, etc... hummmm
Céus! Não sei que faça.... merda!

Porque é que esta proposta não veio no ano passado...? Em Julho, por exemplo? Porquê???

quarta-feira, maio 05, 2004

Azuis

Descobri ontem que a única coisa que me faz ter a televisão ligada quando está a dar um jogo de futebol é um senhor que responde pelo nome de Jorge Costa. Que lindos olhos azuis.
E o comentário de um adepto da equipa vencida: 'viva o norte da Península Ibérica!'. Tamos aqui tamos a formar a ETA cá do sítio...

terça-feira, maio 04, 2004

Dois bons dias

Sábado, 1 de Maio
Tudo fechado, excepto as lojinhas lá do meu bairro. Consegui comprar as flores na loja dos indianos a quem o Dia do Trabalhador nada diz. Na mercearia, todos os clientes elogiaram-me as flores fazendo perguntas difíceis “e como se chamam estas...?” E assumiram que eram para oferecer à minha mãe. Não os quis contrariar... Quando me vinha embora, o outro senhor veio até à porta e disse-me “Oferece-as enquanto as pessoas estão vivas”. E fiquei toda a tarde a matutar nesta frase.
A minha mãe faleceu em Setembro de 96. Foi uma morte lenta e dolorosa, cumprindo o diagnóstico do sr. doutor: “nove meses” disse ele. E assim foi. Em nove meses sofreu horrores provocados pela doença, isto quando não estava sobre os efeitos dos opiáceos que lhe afrouxavam as dores mas que a colocavam num nível acima de nós. A pairar.

Lá em casa nunca celebrámos os dias do pai, ou da mãe, ou do animal ou do feijão frade. Celebra-se o Natal e os aniversários. Ponto. O Natal porque é a desculpa para nos juntarmos. Os aniversários, porque é O dia da pessoa. (com excepção para o meu irmão mais velho que me telefona sempre no dia seguinte. Sempre. Mas ele até sabe que é a 17, mas telefona-me sempre depois.) E aí oferecemos prendas, e flores. Noutras ocasiões também.

O senhor da mercearia, na sua imensa sabedoria, tem toda a razão. Porque é que colocamos flores nos cemitérios? É algum ritual pagão? Os mortos saberão porventura que 7 palmos acima deles estão malmequeres amarelos ou rosas brancas?
Ofereça-as enquanto as pessoas estão vivas. Será o meu lema a partir de agora. Não mais levarei flores aos mortos.

Domingo, 2 de Maio
O Afonso empanca. Recusa-se a abrir o Internet Explorer e a guardar as traduções no Word. Ainda cheguei a pegar nele e fazer pontaria à parede do lado direito da sala. Mas depois, calmamente, recapitulei. Fechei-o apenas e confinei-o ao canto mais obscuro lá de casa. Ignorei-o.

Mas salvou-se o dia: o R decidiu dar-me mais uma hipótese e em meia hora fez Coimbra-Lisboa. Depois foi um domingo idílico. Coroado pelas conquilhas e caracóis e moelas na tasca além rio.
Ontem ofereceu-me um anel. Nada de oficial, apenas um anel giríssimo que vi à venda na Massimo Dutti. È grande e brilha.
Hoje é suposto termos uma conversa séria, porque as relações não podem ser feitas apenas de idas à praia e descobertas de tesouros e de momentos de paixão descontrolada. Não senhor, é necessário avaliarmos a relação e tomarmos decisões. E vai ser hoje. Eu até já lhe propus que assistíssemos ao jogo do FCP (cruzes credo!) ou então podíamos ir jogar bowling. Mas acho que ele não vai na conversa... temos que falar hoje.
Era o que eu dizia há dias a uma amiga minha: ele é a mulher desta relação. Muitas conversas, muitos planos, muitas certezas e muitas dúvidas. Eu já não me lembro como é que isso se faz... Mas adoro-o. E a ver vamos...