quinta-feira, junho 22, 2006

A Juju faleceu ontem por volta das 17 h. de um colapso cardíaco.

terça-feira, junho 20, 2006

"Olha, estou no veterinário. Tens que vir depressa." Foi assim o telefonema.
O R. tinha-a levado ao mesmo veterinário de sábado, até porque era suposto lá irmos para lhe fazerem uma análise ao sangue, mas foi mais cedo porque achou que a Juju estava pior. Mas em vez da médica encontrou um médico. Simpático. Daqueles que dão fama aos médicos. O verdadeiro cliché. O "tens que vir depressa" era porque segundo o Sr. Optimismo-em-Pessoa devíamos por a Juju a dormir o mais rápidamente possível. Dissemos que não. Depois pôs-se com umas estórias de quando as pessoas estão cansadas querem dormir (juro que à primeira não percebi...) e ainda veio com história de um cavalo que ele tem e blá, blá, blá. Resultado: queremos uma segunda opinião e não quero saber de cavalos cansados.
Dali fomos ao veterinário de sempre, a clínica do parque. Muito simpático o Dr. Sales e muito, muito atencioso. Lá fez o diagnóstico, não sem antes ter feito a ecografia. Lá nos explicou o que se passava e de facto a Juju está muito doente, moribunda ou comatosa. Mesmo assim, queríamos tentar mais qualquer coisa. É a nossa Juju.
Lá a levámos ao hospital veterinário da Estefânia, com uma carta do Dr. Sales. Rapidamente colocaram-lhe o soro, tiraram sangue e os resultados não são nada animadores. Ficou internada. Podemos visitá-la ao fim do dia, mas vamos ligar de manhã a saber como está. Mas só amanhã se saberá se recuperou ou não.

domingo, junho 18, 2006

"Hipotermia. Anemia. Úlcera. E deficiência renal."
Foi assim que a médica definiu as maleitas que fazem sofrer a minha Juju. A minha gata mais velha e companheira de aventuras, viagens e de três mudanças de casa. Conheceu-me três namorados, imensos amigos e o encontro com a minha irmã mais velha fê-la mudar completamente de atitude em relação aos desconhecidos.
Parece que será congénito já que é muito nova para ter estas doenças. Porque são normais, mas apenas em gatos com muitos mais anos.

Nasceu a 16 de Abril de 97, numa casa com jardim e imensa bicharada que se fazia de convidada e entrava casa adentro sem pedir licença. Eram três: ela, a irmã e o irmão. A mãe entrou em nossa casa pela mão do nosso siamês, que a levava lá para jantar e mais tarde também para passar a noite. As noites de Braga são muito frias...

Iguais à mãe, listadas, com um toque de Lince Ibérico, as fêmeas, o macho igual ao vizinho. Aliás foi assim que descobrimos quem era o pai, já que a mãe era vadia e não sabíamos em que camas dormia.
A Juju é possessiva. Afasta os outros gatos quando eu estou por perto e tem muito mau feitio. E um ronronar alto. Ao ponto de me acordar de sonos profundíssimos.
E é ladra: já nos roubou bifes crus e acabadinhos de fritar, hamburguers quando nos apanhava distraídos, fiambre directamente da sandocha e mal se abre o frigorífico corre que nem doida para ficar a olhar para o pacote do leite.

Hoje está ali no sofá, em cima de uma almofada e com uma mantinha fofa a cobrir. Acabei de lhe enfiar as vitaminas e a ração com uma seringa, limpei-lhe os bigodes e espetei-lhe um beijo nas bochechas. Porque a Sr.ª Dr.ª recomendou muitos miminhos e que a mantivéssemos quente.
A casa está muito sossegada. Os outros gatos passam de vez em quando e olham-na, espreitam debaixo da manta fofa. Mas não há correrias nem cavalgadas.
Está a ser um fim-de-semana triste.

A Juju (de Juliette Lewis) e a Pamy (de Pamela Anderson).


terça-feira, junho 13, 2006

Ai os Santos!
Na minha terra diz-se que não há festa sem cambado. Aqui não festa sem cambado e pancadaria.
Ontem saímos para celebrar o santo casamenteiro e o primeiro desfile de Santa Engrácia. Não vimos as marchas mas esperávamos um bom resultado, afinal depois de meses a ouvir os ensaios ao menos que se recebesse um premiozito de consolação!
Mas não, vi hoje no jornal que ficamos no fim da lista e que a rival Alfama lá arrecadou o primeiro lugar.

Mas Santa Engrácia é Santa Engrácia e o bairro é que importa!
Decidimos acabar a noite no Centro de Cultura Popular de Santa Engrácia, um recinto em cimento com nome pomposo e quatro animadores com o respectivo sintetizador. Corria bem, estava lá imensa gente, as bifanas e as sardinhas não estavam caras e a cerveja boa. Até que digo ao R., orgulhosa, 'já reparaste como isto é tão saudável? Toda a gente a dançar, sem bulhas nem bêbados.' e tunga! Nem dois minutos se passaram: o da camisola amarela lança um olhar desafiador ao da camisa verde, inclina-se sobre a mesa e a partir daí foi o caos. Terá durado cerca de meia-hora. No final ninguém sabia dizer o que tinha acontecido. Parece que era gente de fora... de Alfama...

Bem ao estilo de Kusturica, os músicos tocavam enquanto no recinto corriam pessoas, caíam outras, saltavam copos e mesas, enfim! um verdadeiro arraial no Centro de Cultura Popular. E íam cantando 'isto é uma festa, vamos a acalmar' com o sintetizador a acompanhar. Por fim lá desistiram e começaram a arrumar o equipamento. Desanimados.

Finalmente chegou o nosso corpo de intervenção, seis ou sete agentes de luvas pretas e muita pujança. Que ficou a olhar, a controlar.

E como não festa sem cambado, a arrepiar caminho entre os copos no chão, entrou por fim a comitiva: o nosso Presidente da Câmara acompanhado de imensos assessores e assessoras e quatro guarda-costas. Recebeu uma salva de palmas (pela coragem) e ainda tentaram convencer os artistas a voltar a tocar, mas não houve volta a dar-lhes. Limparam uma das mesas, mesmo ao lado de outra ainda com vestígios de sangue, serviram sardinhas, bifanas e sangria. Os guarda-costas revezavam-se e aos pares foram comer a merecida bifana.

As meninas da marcha vestiram novamente os fatitos azuis com ondas, cantaram para o senhor presidente e ainda houve dois casais que se atreveram a dar um pezinho de dança. Mas a festa tinha acabado. Eram quatro da manhã e decidimos ir embora.

Uma linda festa: com bofetada, estalada, pontapés e um cambado! Pró ano repetimos.