domingo, junho 18, 2006

"Hipotermia. Anemia. Úlcera. E deficiência renal."
Foi assim que a médica definiu as maleitas que fazem sofrer a minha Juju. A minha gata mais velha e companheira de aventuras, viagens e de três mudanças de casa. Conheceu-me três namorados, imensos amigos e o encontro com a minha irmã mais velha fê-la mudar completamente de atitude em relação aos desconhecidos.
Parece que será congénito já que é muito nova para ter estas doenças. Porque são normais, mas apenas em gatos com muitos mais anos.

Nasceu a 16 de Abril de 97, numa casa com jardim e imensa bicharada que se fazia de convidada e entrava casa adentro sem pedir licença. Eram três: ela, a irmã e o irmão. A mãe entrou em nossa casa pela mão do nosso siamês, que a levava lá para jantar e mais tarde também para passar a noite. As noites de Braga são muito frias...

Iguais à mãe, listadas, com um toque de Lince Ibérico, as fêmeas, o macho igual ao vizinho. Aliás foi assim que descobrimos quem era o pai, já que a mãe era vadia e não sabíamos em que camas dormia.
A Juju é possessiva. Afasta os outros gatos quando eu estou por perto e tem muito mau feitio. E um ronronar alto. Ao ponto de me acordar de sonos profundíssimos.
E é ladra: já nos roubou bifes crus e acabadinhos de fritar, hamburguers quando nos apanhava distraídos, fiambre directamente da sandocha e mal se abre o frigorífico corre que nem doida para ficar a olhar para o pacote do leite.

Hoje está ali no sofá, em cima de uma almofada e com uma mantinha fofa a cobrir. Acabei de lhe enfiar as vitaminas e a ração com uma seringa, limpei-lhe os bigodes e espetei-lhe um beijo nas bochechas. Porque a Sr.ª Dr.ª recomendou muitos miminhos e que a mantivéssemos quente.
A casa está muito sossegada. Os outros gatos passam de vez em quando e olham-na, espreitam debaixo da manta fofa. Mas não há correrias nem cavalgadas.
Está a ser um fim-de-semana triste.

A Juju (de Juliette Lewis) e a Pamy (de Pamela Anderson).