Não sou lá muito fã de balanços. Não tenho por hábito reflectir sobre o que quer que seja. Se aconteceu algo bom, conto-o inúmeras vezes e depois esqueço. Se for algo mau, também o conto inúmeras vezes, fico muito irritada, transformo o assunto em obsessão e depois esqueço.
Admiro, a sério que sim, as pessoas que meditam, que têm a enorme capacidade de fechar-se em si próprios e meditar. Sobre o que meditam, não sei, até tenho medo de perguntar.
Comigo é mais, toca a andar que se faz tarde!
Mas este ano decidi fazer um balanço. Para a posteridade. Porque foi um ano estranho. Aquela revista francesa tinha razão: foi um ano de mudanças. De capítulos encerrados.
Foi o Ano do Bicho: da nuvem de borboletas, mosquitos e aranhas na praia; durante os quatro meses de Verão consegui ter sempre as pernas picadas e marcadas pelos sugadores do sangue alheio; e conseguiu ainda a proeza de apanhar uma doença que ninguém tem, fechando o ano com o corpo coberto por pequenos ácaros que me fazem comichão nos sítios mais impróprios nos lugares mais estranhos...
Foi também o Ano das Gatas: a Juju e a Pamy transformaram-se em duas estrelinhas e deixaram-nos. A Juju em Junho e a Pamy apenas um mês depois, em pulgas estava por saber onde andaria a mãe. Em Setembro, adoptamos a Mimi a quem muitas vezes chamo Juju ou Pamy. Consegue ter o charme da Pamy e a avidez da Juju. Foi uma bela escolha.
Foi ainda o Ano do Espírito Se Gostarem De Mim Óptimo, Se Não, Quero Lá Saber!". Durante anos o meu maior receio era não ser aceite por amigos de amigos, parentes afastados, colegas de trabalho. Finalmente, e muito tarde também, lá aceitei o facto de à semelhança de Woody Allen, por muito interessantes que sejamos nunca conseguimos agradar a todos. Adiante!
Ano das Exclusões Familiares: já tenho uma, a minha e basta-me. Não me ralo nem quero saber das famílias de outros, com o que pensam, com o que querem. Especialmente sogras....
E assim acaba 2006. Venha outro!