terça-feira, fevereiro 06, 2007



Sim, por favor.
No dia em que as Kátias Guerreiros deste país fizerem o favor de me apresentar razões que não sejam moralistas, hipócritas, religiosas ou financiadas pelos Bagões que obviamente vivem num universo paralelo, eu mudo a minha intenção e o meu voto.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Balanços

Não sou lá muito fã de balanços. Não tenho por hábito reflectir sobre o que quer que seja. Se aconteceu algo bom, conto-o inúmeras vezes e depois esqueço. Se for algo mau, também o conto inúmeras vezes, fico muito irritada, transformo o assunto em obsessão e depois esqueço.
Admiro, a sério que sim, as pessoas que meditam, que têm a enorme capacidade de fechar-se em si próprios e meditar. Sobre o que meditam, não sei, até tenho medo de perguntar.
Comigo é mais, toca a andar que se faz tarde!
Mas este ano decidi fazer um balanço. Para a posteridade. Porque foi um ano estranho. Aquela revista francesa tinha razão: foi um ano de mudanças. De capítulos encerrados.

Foi o Ano do Bicho: da nuvem de borboletas, mosquitos e aranhas na praia; durante os quatro meses de Verão consegui ter sempre as pernas picadas e marcadas pelos sugadores do sangue alheio; e conseguiu ainda a proeza de apanhar uma doença que ninguém tem, fechando o ano com o corpo coberto por pequenos ácaros que me fazem comichão nos sítios mais impróprios nos lugares mais estranhos...
Foi também o Ano das Gatas: a Juju e a Pamy transformaram-se em duas estrelinhas e deixaram-nos. A Juju em Junho e a Pamy apenas um mês depois, em pulgas estava por saber onde andaria a mãe. Em Setembro, adoptamos a Mimi a quem muitas vezes chamo Juju ou Pamy. Consegue ter o charme da Pamy e a avidez da Juju. Foi uma bela escolha.
Foi ainda o Ano do Espírito Se Gostarem De Mim Óptimo, Se Não, Quero Lá Saber!". Durante anos o meu maior receio era não ser aceite por amigos de amigos, parentes afastados, colegas de trabalho. Finalmente, e muito tarde também, lá aceitei o facto de à semelhança de Woody Allen, por muito interessantes que sejamos nunca conseguimos agradar a todos. Adiante!
Ano das Exclusões Familiares: já tenho uma, a minha e basta-me. Não me ralo nem quero saber das famílias de outros, com o que pensam, com o que querem. Especialmente sogras....

E assim acaba 2006. Venha outro!

quarta-feira, dezembro 27, 2006



Acabou! Viva!

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Ando desde o princípio do mês a fazer voluntariado numa associação, a embrulhar presentes em troca de um donativo. Por acaso até é para a associação em que trabalho e os donativos são para os nossos magros salários.
Mas tem sido divertido. O atendimento ao público é das coisas mais fascinantes que existem, as pessoas que por lá passam, os comentários que fazem (e o dinheiro que deixam), fascinam-me. E por vezes também me cansam.
Estamos a embrulhar os livros numa livraria num centro comercial.
Para mim é o que melhor se aproxima do conceito de cusca: ver os livros que as pessoas compram para oferecer, as escolhas, o designar que este é para a Maria e aquele para o Manel.
O Sparks tem sido, de longe, o mais vendido. Também a fininha obra de Saramago vendeu-se bem no princípio do mês. Os codexs, as vidas privadas de senhoras da Corte, a santa vidinha dos papas e tudo o que seja teoria de conspiração relacionada com a igreja também tem tido muita saída. O livro do injustiçado, do coitadinho do PSL, também se vendeu bem na primeira semana, e por pouco me recusava a gastar papel e fita. Os contos de Sophia também saíram bem no princípio do mês.

Mas nada ou ninguém bate a Carolina (excepto talvez o ex-namorado), de cabelinho ensebado apanhado num rabo de cavalo, de cruz ao peito e sorriso pio. Em 6 horas contei 20 livros, só para oferecer, fora os que são para consumo próprio. Havia quem os comprasse aos pares "para embrulhar em separado e faça um laço bonito se faz favor". E as mulheres que entram aflitas na livraria e perguntam "tem o livro da Carolina?" como se não houvesse amanhã. Na primeira vez que me perguntaram pensei que fosse uma biografia da Carolina de Mónaco (aqui sim! esta é que seria a verdadeira história de tráfico de influências, drogas e orgias. Mas com muito mais charme!), depois habituei-me e limitava-me a apontar para a segunda pilha de livros à entrada. E os comentários, "já viste que até nem é muito caro? Para o que ela conta aqui devia pedir mais!"...
O único denominador comum foi que todas as pessoas que gastaram dinheiro neste lixo não deixaram donativo. Nem as moedas castanhas. Nem a moeda de 5 escudos guardada para estas ocasiões. Nada.
E já reparam como a senhora é uma versão muito mais nova da Maria Eliza?

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Hummm o ar hoje está mais limpo. Respira-se melhor.



(e que arda devagarinho, em lume brando, muito lentamente no inferno...)

domingo, novembro 19, 2006


É o sonho de qualquer mulher: casar e receber uma panela, um pente e um gato. E que lhe digam na cerimónia que os homens novos podem esquecer as suas promessas...
Foge Katie, foge enquanto podes! Ou não...

sexta-feira, novembro 17, 2006


Foi na Primavera de 2002. Estava em Budapeste para uma formação de 3 semanas e ficámos alojados numa pensão nas redondezas de Buda. A comida era péssima mas a simpatia do rapaz da recepção era do melhor.
Eramos muitos nessa acção, de imensos países europeus. De alguma forma o rapaz da pensão apercebeu-se que havia naquele grupo duas portuguesas (eu e a minha colega) e um dia chamou-nos. Não falava praticamente inglês nenhum, mas lá nos conseguimos entender. Queria mostrar-nos um álbum de recortes de jornais, com fotografias do Benfica nos anos 50 e 60 (acho...) e de encontros de futebol. Achei piada ver recortes de jornais portugueses num subúrbio de Budapeste e que referiam um génio do futebol Húngaro, pelos vistos o pai do rapaz. O dono da pensão. Um senhor ainda bonito que passava por lá de vez em quando. Mas como não percebo nada de futebol, sorria ao rapazito e acenava com a cabeça "Sim senhor, muito bem. Futebol. Pois. O seu pai, pois é. Anos sessenta o Benfica. Pois, pois".

Meses mais tarde, em jeito de conversa disse ao meu pai que tinha conhecido a família, e o homem, qualquer coisa Puschas. Se ele sabia quem ele era. Acho que desde então subi imenso na consideração do meu pai. Eu, sim, a filha dele, tinha estado na casa do Puskas, tinha estado com ele e conhecido a prole.

Hoje leio no jornal que morreu Ferenc Puskas. Devia ser mesmo muito importante. Para mim é: era a única lenda, viva até ontem, com quem privei até ao momento.

terça-feira, outubro 31, 2006

Andava no 3º ano de universidade. Conhecemo-nos numa festa académica e ele era mais novo que eu 1 ano e meio (claro!). Um dia apresentou-me uns senhores barulhentos, mal comportados por quem nos apaixonamos. Perdidamente. Durante meses ouvimos o barulho dos senhores no meu leitor de cassetes, no quarto alugado.
Quase 20 depois vou finalmente vê-los ao vivo no Coliseu. Violent Femmes, gordos e velhos e acabados. Como eu. Mas estarei na primeira fila. Tenho é que encontrar a velha cassete e saber se o meu velho gravador ainda funciona.
Será que ele também vai lá estar...?

domingo, outubro 22, 2006

Hummm
Parece impossível. Um anónimo e o Marronco não sabem o que é o 24. O Twenty Four. O previously on twenty four. Ou ainda the current events take place between 1 am and 2 am...
O 24 é aquela série manhosa que tem 24 episódios por série, sendo que cada episódio é suposto durar 1 hora. O que não é verdade, durante toda a hora perdem-se cerca de 12 minutos, que imagino ser o tempo reservado para os comerciais nos states.
É aquela série em que o Kiefer Sutherland até parece giro e muito macho, para quem, como eu, normalmente associa charme masculino a um tipo armado até aos dentes, cheio de truques, inteligente e que utiliza com imensa frequência siglas como MTB ou CDU ou KSP e assim...
É uma série 100% propaganda norte-americana em que agora os maus já não os russos, mas sim os sérvios, e claro!, o médio-oriente.
É uma série que até serve raparigas giras, dentro do género geeks de computadores, sem vida própria e muito mal vestidinhas.
E tem o Tony Almeida, caído em desgraça. Traíu o país para salvar a mulherzinha de um senhor muito mau, ex MI6 com um sotaque inglesíssimo de primeira e talvez até agora o mais bonito de toda a série.
A Nina, Marronco, é uma tipa branquela, escanzelada e com um olhar sinistro. Teve um caso com o Kiefer, vendeu-se aos sérvios, matou a mulher do Kiefer com um tiro dois em um porque a senhora estava grávida e acabou sendo morta pelo ex-amante na mesma sala onde matou a mulherzinha prenha. Muito confuso?

Na realidade este post foi um escape. Estava mortinha por escrever sobre o 24. Mais esclarecimentos já sabem onde me encontrar.

domingo, outubro 15, 2006

Apeteceu-me abrir o blogue e escrever, embora não saiba sobre o quê.
Primeiro pensei em escrever sobre o meu recente vício: o 24. Sobre o quanto adoro a Nina, a vilã perfeita e a precisar de uns banhos de sol.
Depois pensei em escrever sobre a Mimi: a gatinha que adoptamos numa feira. É linda! E querida!
Depois, também pensei em escrever sobre um grande português, a propósito do novo programa da Maria Elisa (que parece que está a encolher, já nem ombros tem, a pobre da mulher!). E não cheguei a qualquer conclusão, já que não acredito que haja apenas uma pessoa, grande ou pequena, que me represente enquanto portuguesa. Existirão muitas, mas isso será para outro apontamento.
Ainda pensei em escrever sobre o Sol, o novo jornalinho que apareceu. Senhores! Mas será melhor esperar por um dia mau, para não estragar o meu domingo perfeito.
Por isto tudo, não irei escrever sobre nada. Fica a intenção, já que não há vontade.