Há cerca de dois anos estive no Moinho da Juventude, na Cova da Moura. Uma pequena mas grande associação que faz um trabalho louvável. Lembro-me que fizeram-nos depois uma visita guiada pelo bairro e fiquei logo com a impressão de estar num Little Cabo Verde, se por artes cinematográficas a Cova da Moura se situasse em Nova Iorque. Vi velhos e velhas cabo-verdianos sentados às portas das casas em amenas cavaqueiras, cabeleireiros afro, mercearias com bananas reais. E gostei do que vi.
Um pouco mais à frente, senti necessidade de olhar pela minha mala e nem foi necessário o aviso dos cicerones, bastou olhar e ver ali um Little Casal Ventoso. Há dois anos. Quando decidiram, e bem, acabar com o Casal Ventoso. Mas quando fizeram, e mal, espalhar os fornecedores e clientes do Casal Ventoso por Lisboa.
Gostei da peça que o canal público exibiu ontem sobre a Cova da Moura. Porque lá não acontecem apenas tiroteios, porque lá há gente, imensa, que se dedica de corpo e alma aos que lá vivem. Como os do Moinho da Juventude. Porque cuidam daqueles que nos limpam os escritórios durante a noite, que arrumam os nossos quartos dos hotéis, que nos constroem os prédios e limpam as nossas ruas. Uma multidão invisível, ilegal.
Esta manhã enviaram-me a entrevista que o João César das Neves deu ao Independente de hoje. Não sei se me ria se chore... leiam-na aqui 
Para piorar li que 5 em 6 sondagens de opinião dão como garantida a maioria absoluta ao PS.
Estive há dias em Santarém e vi-me envolvida na multidão que acompanhava o Sócrates na oferta de rosas vermelhas e de porta-chaves. A encerrar a comitiva vinha uma banda a tocar músicas de carnaval...
E já repararam que o homem está diferente? Os fatinhos cinzentos de aldeia... e o tom beato... E que tique é aquele das mãos quando fala sentado?
Valha-nos o Million Dollar Baby do grande Clint Eastwood que estreou ontem! O fim-de-semana não está totalmente perdido.
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