Rufus. Wainwright. Foi-me apresentado pelo rádio que tenho na cozinha, em cima do frigorífico. Pela Radar. É gira, esta estação. Sentido de humor negro intercalado por anúncios aos móveis de todo do mundo, Morissey enquanto estripo uma sardinha e Belle & Sebastian enquanto faço uma sopa de repolho. Adiante. Rufus. Foi-me também apresentado pelo meu amigo norte-americano que jurou pela mãe dele nunca ter ouvido Rufus numa rádio. Um novo trovador, dizem, contador de histórias. Eu cá não sei, não percebo nada de trovadores, só sei que não me canso de ouvi-lo. Tem uma voz grave, linda e canta coisas sérias, pessoais, giras.

Achei que era uma boa maneira de acabar o meu fim-de-semana de carochinha com o Rufus. Limpei a casa antes de ser feita refém pelo cotão e pelo cheiro da liteira dos meus gatos; levei 2 sacos de lixo normal e 3 sacos de lixo reciclável para baixo; fiz duas máquinas de roupa e, pasme-se, passei a ferro. Ainda tive tempo para traduzir coisas de trabalho e ver o novo Bridget Jones num Corte Inglés a abarrotar de pretensos novos ricos. Lisboa ao domingo é deprimente. Até gostei do filme, está menos histérica a rapariga e finalmente decidiram dar o devido protagonismo ao grupo de amigos. E a luta entre o 3º e o 4º homens mais bonitos do Reino Unido é sempre um bom momento de cinema.

E já estou farta do Natal. Mas quem é que compra aqueles pais natais a trepar pelas paredes acima??? Não é suposto o homem descer por uma chaminé?! Lembra-me a histeria das bandeiras nacionais. Todas as lojas chinesas vendem-nos e não me admira que dentro de umas semanas haja um pai natal em cada varanda portuguesa... Manias. Mas enfim, isto é para outra estória.