quarta-feira, julho 28, 2004

A gata voadora

Foi em Março de 2002 que eles nasceram: três coisinhas minúsculas e cinzentas. O Ralph, que num gesto altruísta participou no milagre da multiplicação, não demonstrou qualquer sinal de simpatia pelos rebentos.
Eram três gatinhos, pretos, como o pai: duas fêmeas e um macho. Lindos.
O macho foi para Viseu, trocou os ares da Lapa pelos de uma quinta, rica em verde e pobre em barulhos da cidade. Como companheiro de brincadeiras escolheu um Serra da Estrela, que se revelou deveras útil no inverno...
As manas ficaram por cá. A Pamy e a Patita.
A Pamy é muito especial: pequenina, aventureira, inteligente e desde cedo revelou ser independente. Não precisa de companhia para brincar. Apenas para dormir.
Ontem, perdeu uma das suas sete vidas. No quintal da frente. Foi o susto da sua vida. E da minha.
Vivemos desde o ano passado num terceiro andar, que tecnicamente é um quinto porque como a rua desce, existem mais dois andares, caves, que dão para um pátio. Pátio esse que faz fronteira com os pátios das casas em frente.
Assim que nos mudamos para aquela casa, a Pamy morreu de amores pelas janelas da cozinha: grandes, cheias de luz e com tantas coisas para se ver lá fora. Passeava-se em dois cêntimetros quadrados e em marcha-à-rè voltava à segurança da cozinha. Até ontem. Desequilibrou-se, ainda tentou agarrar-se à corda da roupa, mas não conseguiu. Saltou 5 andares e como se isso não bastasse aterrou no pátio da casa da frente... Caíu de pé, caem sempre.
Parti à descoberta da entrada do prédio que miraculosamente desembocasse naquele pátio. Por três vezes expliquei a estória, e por três vezes os meus simpáticos vizinhos me deixaram entrar nas suas casas, rumo ao pátio desejado. Lá o descobri e nele a Pamy, a um canto, assustada...
Agora está tudo bem. Voltou a casa, refugiou-se no sítio favorito (o tapete fofinho do quarto-de-banho). O Ralph passou-lhe um raspanete. Pô-la de castigo. As outras foram solidárias e acolheram-na.
Quem ainda não recuperou do susto fui eu.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Lá anda o sacana do Super-Rato a fazer perder a paciência aos bichanos!
Eu oferecia-me como Super-Gatjinho-né? para andar atrás desse malvado, mas... o fato já não me serve.
Pamy, sua maluca, liga ao Gato das Botas. Ele arranja-te sapatos para ires de longe-a-longe. Se preferires tapetes, vai ao Aladino's. Tá em rebaixa!
Dear M., mantém-te calma. Tudo está bem, quando está.
Jinho,
Marronco

4:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Essa maluca!!!
Já na Lapa fazia aventuras, às quais nunca me habituei mas...Coitadinha!Miminhos p'ra ela.

P.S. Beijocas à Juju

Morgana das Fadas

4:59 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home