E agora?
Acho que perdi a capacidade de amar. De entrega. De partilha.
Ele foi-se, fechou a porta (‘bate bem a porta’) com um baque e depois nunca mais o vi.
Mas tenho-o ouvido e lido. Há dias.
E a sensação de angústia que me faria perder 5 quilos numa semana se eu tivesse 18 anos, não veio. Ficou um vazio. Isso ficou. Apesar da vida tão cheia de coisas. Esse vazio aparece com a fúria dos relâmpagos, inesperado, naquelas horas manhosas em que tudo é melancolia. E tenho saudades. Sinto falta. Dos passeios à praia. Da descoberta dos castelos. Do cheiro da pele ao acordar. De ouvir ‘oh pá....’
Mas ter saudades não é suficiente, disse-me ele. Gostar apenas, não é suficiente. Pedir desculpa não chega.
Há que haver entrega. Há que não haver segredos. Ou mentiras. Ou omissões.
Não sei que faça...
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